terça-feira, 28 de junho de 2011

MINHA SAUDADE?

Minha Saudade?
Silenciosamente... Flutua a imaginação! Não pede licença. Nos observa o tempo todo. Sinto como se pudesse vigiar toda minha mente.  
Transbordamos nas lembranças, derramamos emoção. Um ardor suave. Sinto-a dentro de mim. Consigo ver os abraços, lembro do gosto e consigo sentir o cheiro. Que saudade...
Ora distante demais. Parece um inverno interminável. Ouço um eco vindo, ouço um vento... é tão individual; é tão meu. Volto no que vivi. Pensar é voltar ao passado, e re-pensar é viver várias vezes.
Saudade é ausência de algo que queremos viver no presente? Minha saudade desafia... minha saudade impulsiona... minha saudade lembra o que é bom...
Saudades de tantas coisas...   Sentimentos de saudades, sentimentos de prazeres, sentimentos de felicidades, tantas coisas, tanta saudades...
Saudades da inocência... Saudades da fragilidade... Saudades da proteção... Saudades do bom...
Saudades de horas de conversas sobre um muro. Saudades dos longos goles e das explosões de risadas. Saudades dos sonhos lunáticos. Quantas alucinações, quantas saudades...
Saudades do frio na barriga em cada batom passado na boca, em cada atitude maliciosa. Saudades do gritante som dentro do quarto. Saudades de observar a movimentação e a moda. Saudades de só observar, sem pensar...
Saudades do latido. Saudades dos dias de chuva, que riamos quando olhávamos o tremido. Saudades dos sustos aos trovões.
Saudades das 11 horas da manhã. Saudade do barulho da louça. Saudade dos shorts curtos e dos camisetões.  Saudades das estradas de terra, e das músicas “ In Love” .
Saudade da linha em reta da bicicleta. Saudades dos tombos. Saudade do balançar  da sua cabeça, e do sorriso de admiração. Saudades das propostas inaceitáveis, dos desafios e dos encorajamentos.
Sinto saudade do não vivido. Sinto saudade do que não conheço, mas descobrirei para me alimentar no futuro. Sinto saudade do que não tem explicação, sei apenas que é uma saudade com  emoção.
Agora milhares e milhares de pessoas devem estar nos seus carros, em casa, no trabalho, no ponto do ônibus... pessoas de todos os cantos, fechando seus olhos... finalizando suspiros ou simplesmente trazendo passado ao presente, driblando a “tal da saudade”.
Consegui fazer você pensar algo de bom? Sentiu saudade de algo? Qual é a sua saudade?                                                                                           C.Ortega 26/06/2011 às 22:00 hrs

sábado, 25 de junho de 2011

O Real.

O real.
Pensar na força de um sentimento, que poderia se transformar em dois. O amor pudesse vencer qualquer desafio, derrubar as piores barreiras, “deixando o diferente igual”. Transformando todos os tipos de corações...
Sentimento que acreditava em dias melhores. A geleira transformasse em água rapidamente. Esse sentimento emanaria alegria. Alegria pra mim. Alegria pra você.
Fazê-lo feliz! Transformar os seus dias! Desejava que acordasse, desejando me ver. Que dormisse, desejando que estivesse ao seu lado.
Luta sozinha. Luta perdida. Lutava todos os dias para trazer você para o meu lado. Queria ficar com você, aceitando todas suas loucuras. Não me importava, queria ser louca também.
Estar ao seu lado sempre. Conseguia ser “fã-orfá”. Admirava até mesmo seu silêncio.
Sentimento passivo, nas suas migalhas. Contentar-me com o encaixar da sua agenda. Não era submissão. Era paciência. Era bem-querer. Sentimentos bons, tão bons que não sabia falar não a você.
Alimentava-me de esperanças.  O tempo poderia ser meu amigo. Machucada, sai da batalha. Você me tirou da luta. Você virou intangível.
Tenho ainda fantasmas dentro de mim. O final chegou, mas ainda tudo é muito vivo dentro de mim. São os sinais de uma guerra mental. Guerra mental que travo comigo mesma.
Guerra que luto para virar aceitação em mim. Guerra que luto para aceitar as decisões mantidas.
Final com obrigação do aceitável. Abrir a caixa da memória, colocar as lembranças dentro e perder a chave. Lembranças que não devem ser mais mexidas. Lembranças fortes onde o mal-feito vence  qualquer sorriso.
                Acreditar numa nova embalagem imensa. Imensa para caber as boas surpresas que vida reserva. Aberta à descobrir as boas sensações de estar viva e disposta a ser feliz.
Puxar apenas o igual. O “parecido” é melhor, é sustentável. Admiração real. Viver de realidades sem ilusões é seguro. Viver de realidades é saudável. Viver de realidades é caminho base pra felicidade. Felicidade é ter alguém quem estende a mão. Aperta sua mão quando você precisa e a solta apenas quando pedimos, mas com a certeza que sempre a tocaremos.  

quarta-feira, 22 de junho de 2011

???


Respiro liberdade. Suspiro liberdade. Assusto com a liberdade.
Senti a liberdade com você. Respirei a liberdade com você. Suspirei a liberdade, junto com você.
Não sei como é viver sem você. Não sei como é acordar e não ter você ao meu lado. Não sei como é dormir e não olhar pra você.  Não sei se quero descobrir isso. Não sei.
Não sei se conseguirei viver sem o costume, sem o tumulto, não sei viver no organizado.  Não sei se conseguirei me desligar, sem você para me ajudar. Não sei se consigo viver sem o seu amor.
Não sei se quero  a calma, não sei se quero o silêncio da casa. Não sei se quero que a roupa fique largada na cama e a sala bagunçada.
Não sei o que fazer com a liberdade. Não sei o que fazer com o “solto”. Não sei.
Não sei chegar em casa ver a escuridão, a solidão. Não sei entrar no corredor, sem ouvir o som da televisão, o barulho e sua agitação. Não sei.
Não sei ficar sem o seu olhar bondoso.  Não sei viver sem as palavras de coragem. Não sei ficar sem a base da tua coragem
Sei  que você precisa de mim. Sei que sente fome de mim.  Sei que precisa do meu olhar seguro.  Sei que precisa da música alta e da casa cheia.
Sei que precisa do meu aconchego na hora de dormir com a luz apagada. Sei que precisa da minha presença. Sei que precisa da “vida viva”. Sei que precisa do mais.
Sei que precisa da minha gargalhada quando fala algo engraçado. Sei que precisa do meu abraço apertado e do meu beijo apaixonado. Sei que precisa me sentir. Sei que precisa de mim para você.
Sei que quer respirar tua liberdade ao meu lado. Sei que quer suspirar deitado ao meu lado “a liberdade de viver junto”.Sei que busca ser feliz ao meu lado.
 Quero te amar loucamente. Quero me jogar nos teus braços quando chego do trabalho.
Quero te abraçar todos os dias como se fosse a última vez. Quero colocar a cabeça no teu colo, e sentir meu peito regado de emoção.
Quero olhar nossas fotos do porta retrato e mudá-las sempre. Quero renovar. Quero que no final do dia, cada palavra que falamos saia do coração. Quero que nossa casa cheire paz.
Quero ir pro nosso quarto, com a certeza que amanhã valha a pena. Quero nossa vida de volta. Quero nosso amor, quero a realização, quero a canção que vem do coração.

Texto de C.Ortega

Anjos Imperfeitos

Abri os olhos e só senti o silêncio de casa. Por minutos senti fortemente minha cabeça doendo. Lembrei dos irmãos adotivos que conseguimos encontrar ao longo do tempo.
Irmãos adotivos que muitas vezes não participam da sua família, mas simplesmente acompanham todos os temas. Irmãos adotivos que reserva um tempo do seu dia pra pensar quando você mais precisa.
Irmãos adotivos que num momento de “acalmamento” de alma, tem o coração aberto pra te inclui nas orações.
Não existe a rebeldia, simplesmente torce pela sua vida. Quando estamos pertos, não sentimos sozinhos. Sentimos que o sangue não corre, mas que a confiança e a dedicação superam qualquer laço de DNA. São os laços fraternos. São laços de amizade.
Idéias divergem ao longo de longas conversas. Mas que bom conversar e ter a certeza que qualquer frase dita, não será jogada ao vento. Que bom é ter a certeza que qualquer gesto “mal feito” e “bem feito” haverá a cumplicidade de participação. Presença é participação de qualquer ato. Que bom divergir, quero aprender.
 Não bombeio apenas o sangue. Coração consegue bombear sentimentos. Sinto que as vezes o mix é tão grande que dividir é compartilhar a sensação indireta de tudo isso. Trocar experiências, sentir que tudo aquilo que vive, teu irmão já viveu. Se não viveu tenta palavras de conforto, ou apenas um “conte comigo” real.
Amigo psicólogo? Amigo-irmão? Amigo confidente? Irmãos adotivos.
A vida é justa. Deve ser justa. Não tenho essa sabedoria. Entendo apenas que muitas vezes colocam pessoas em nosso caminho para “ajustar nossas asas para conseguirmos voar”. Colocam pessoas especiais simplesmente  para ajudarem em nossa proteção. Irmãos adotivos? Anjos imperfeitos?
Anjos impertos,  defino agora. Quantos anjos imperfeitos temos hoje na nossa vida?
Anjos incorrigíveis,  anjos que gritam, falam alto. Anjos que bebem, beijam e amam. Anjos que erram, e que precisam também encontrar os pares de irmãos para amenizar os ensinamentos da vida. Anjos amigos, irmãos.
                Quero ser também um anjo incorrigível. Mesmo na imperfeição, quero ajudar. Mesmo na teimosia, quero demonstrar carinho. Mesmo na insistência, quero a persistência. Estende a mão, que puxarei. Quero apenas ser o irmão adotivo.
                Texto dedicado a uma anja imperfeita.  
Texto C.Ortega            

terça-feira, 21 de junho de 2011

Talvez frustração?


A anos eu não escrevia. Nem me lembro ao certo quando foi a última vez. Sei que mais jovem sonhava em escrever um livro. Que engraçado, sonhar...
O que acontece conosco ao longo dos anos? Por que matamos aos poucos os sonhos de dentro da gente? O que faz perdermos a “vontade” de sonhar... Já diziam que os sonhos é o alimento da alma. Me sinto faminta.
Responsabilidades não bem trabalhadas e impostas, a conseqüência é ficarmos chatos ao longo dos anos. Ficamos sérios, e comprometidos demais com a vida, deixando de fazer as coisas do passado, como “sonhar em escrever um livro”. Ainda dá tempo para escrever?
Quem disse que ser certinho demais é sucesso certo para a vida? Acredito que seriedade demais, é refugio para não estarmos preparados para as surpresas da vida. Receita certa para mágoas.
Que vida chata essa que descrevo. Uma vida não preparada para sair nada fora do controle. Mundo de círculos. O que pode dar errado num círculo de trabalho, círculo de amizade, família e trajeto! Circulo fechado para a vida?
Ficamos sem entender quando tropeçamos e não conseguimos levantar com rapidez.  Ficamos simplesmente desfocados. A frustação chegou, como reagir?
Não sei a resposta. Confio apenas na velha frase  do “tempo”. Não sei se o tempo é capaz de apagar tudo, mas deve sim enfraquecer sentimentos. Tudo isso unido a uma dose enorme de paciência deve dar certo. Humildade, paciência e aceitação para encarar as verdades de frente.
Fuji da realidade. Criei situações para não encarar a verdade. Brinquei com a minha mente. Dói menos, arranha, não rela na ferida. Como a verdade dói  e muitas vezes maltrata, mas como são necessárias para vivermos a vida da forma que tem que ser. Vida real. Vivermos sentimentos, sentirmos alegrias, tristezas! Ser vivos!
Como encanar quando colocamos a cabeça no travesseiro e os pensamentos não mascarados vem a tona? Palavras mal ditas e gestos mal feitos martelam nossas cabeças. Que vontade de mudar toda a situação! Que vontade de reagir! Que falta de aceitação!
Qual o momento de “revisarmos o manual?” Deu errado e não tem volta. Agora!!! Esse é o momento!
Será que as coisas acontecem para pensarmos um pouco no momento de hoje? Em olharmos internamente para nos sentirmos novamente?
Deve ser algo desse tipo. Eu me senti novamente. Tentei  desparafusar tudo que fiz, e ajustar. Mas hoje aceito que existem situações sem ajustes. Vão simplesmente para a sucata.
A cada dia “é menos um”.  Cada dia dói um pouquinho menos. Conseguimos ao longo do tempo adormecer os pensamentos e acalmar o coração. Entendemos nesse momento que o que vale na vida é amor de pessoas especiais e queridas. Nessa hora a paz começa invadir o peito.  Como é bom o carinho, o respeito e a dedicação. Como é bom ser especial!
                               Fazer aos outros o que gostaríamos que fizessem por nós
Texto C Ortega

Coragem pra seguir em frente


Seguir em frente é preciso. Ter a coragem de enfrentar os desafios da vida é necessário. Temos uma força tão grande dentro de nós desconhecida. Somos tão resistentes que nem imaginamos.
Buscamos essa força de onde?
Somos capazes de defendermos nossos filhos com toda a ira do mundo, e somos capazes de agüentarmos os fardos mais pesados da vida.
Agüentarmos as dores da alma diariamente. Dores que dia a dia vão nos consumindo aos poucos. Vão se instalando no coração até chegar na nossa mente. São dores cautelosas. Dores que vão chegando e enraizando.
Não temos um telefone do doutor da alma em nossas agendas. Sem comprimidos ou gotas, não conseguimos noutro dia sentir os bons efeitos.
Sei que existem lugares dispensam as medições e nos curam com as palavras de amor. Doses puras de amor. Amor misturado com mais amor. Boas pessoas que estão dispostas a deixarem suas casas, seu conforto, seu sofá, sua televisão, para estarem num lugar onde cuidam dos nossos corações aflitos.
A carga de energia é tão positiva, é tão boa que saímos com a sensação que continuar é preciso. Saímos com a sensação que ainda podemos mais. Saímos com a interrogação pra que valemos;
O que fazemos aqui? Somos pequenos em vermos essas pessoas trabalhando em pró do outro.
Sentada, olho aquelas pessoas buscando algo a mais na vida. Penso se estão ali pelo mesmo motivo que eu. Sempre observo um jovem que deve ter seus 15 anos a tocar piano, de um visual um tanto exótico, e analiso que já faz sentido sua vida. Deixa pra trás, por algumas horas sua vida fora, gratuitamente para acalmar os corações das pessoas que ali buscam orações e aquecem seu coração da fé.
Ignorância quem diz que a fé não cura. Não ajuda. Ignorante é quem nunca num momento de desespero, pediu com esperança e conseguiu ver a melhora a angustia.
Ignorância cega é aquele que precisa de ajuda, sabe onde tê-la e resiste. Não medica a alma, não tenta melhorar os males e continua cercado do ambiente pesado. A carga é tão pesada que tudo que se toca, parece que se derruba. Se rompe. Falta a visão. Sentimos o mundo em nossas costas. Sono e muita vontade de dormir para esquecer todos os males.
Ignorância muda não se fala sobre o tema. Não quer saber o que é a fé e como podemos encontrá-la. Permanecemos na inércia.
Os anjos existem. Aparecem quando permitimos. Quando chamamos. Chegam e sussurram no seu ouvido. São incansáveis. Incessantes até seu coração ouvir e nossa intuição nos levar aos caminhos bons que ainda não conhecíamos.
                O amargo vai ficando adoçado. Começamos a nos olhar. Renascemos aos poucos. Renascer já grande. O corpo grande, mas a alma crescendo. Alma pré-matura. 

Texto C.Ortega